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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Fingindo palavras sinceras para você

Você hoje completa 40 anos. Uma vida de buscas, encontros e desencontros. Quarenta anos experimentando o doce e o amargo de ser vivo. É motivo suficiente para comemorar! Que venha a festa, com banda e DJ, com amigos e a família, com cerveja e tira gosto. Quem sabe assim não tiramos o gosto amargo das decepções que os anos acumulam sob nossos ombros.

Crise dos quarenta? Passe por ela com resiliência, pois outras crises dos enta virão! E a cada uma delas, novas mudanças e outras esperanças...

Aprendi contigo que não são os bens acumulados que medem o quanto vivemos e sim a capacidade de acumular sabedoria.

Eterno menino, de sorriso largo e braços abertos. De certa ingenuidade e muita habilidade com o ato de fingir palavras. Piadista nato, artista ainda a (nas)ser, amante do baixio das putas e das damas da sociedade. "O poeta é um fingidor", disse Fernando Pessoa, "finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente." Assim finges o seu amor, a sua fúria, a sua loucura, assim finges a sua própria vida: com a intensidade de um tufão.

Se antes te pensava ideal, hoje te sei carne e osso, como homem e como ser pensante. Se de tantas diferenças encontramos a união, é das nossas igualdades que consolidamos uma relação. E quanto amor ainda tenho para lhe dar... sonho com tantas viagens, tanto mar... um filho para lhe dar. Quanta conversa jogada fora,  quanta gargalhada no ar...

Ouço agora uma canção, preparada para você, meio rock com tambor, só pra gente dançar agarradinho e rodopiar pelo mundo. Tudo bem, você pode ser o cantor! Rsrsrsrsrsrsrsss!!!!!!


Siga os seus sonhos e os seus instintos meu amor. Trace um rumo, mesmo que seja ao desconhecido. Além de tudo seja você e seja nós. Que assim seja.

Te amo.
Sua Tita





terça-feira, 28 de agosto de 2012

Meu Anjo da Guarda

Minha vida não é um fardo
nada me veio de mãos beijadas
até nascer foi um parto doído
mas eu tenho um anjo que não me larga.
Não gosto de contar vantagem
eu vim de boa família
me educaram, me deram pão e flores
mesmo dormido, o pão me cresceu
as feridas do espinho cicatrizam
na carne dura e desarrumada.
De tanto amar e ser amada
sei que só nunca fiquei
mas os tropeços e tentativas
me calejaram o coração
que mesmo duro e todo furado
ainda bate pelo homem errado.
Sempre fui torta, nunca fui santa
muito vinho e pouco juízo
virei noites atrás de prazeres perdidos
hoje passo os dias na vida dura.
Nada vem de graça, nem o pão nem a cachaça
nem tudo são flores, tem as pedras, os desamores
assim eu vou vivendo, dores nas costas
vento nas asas e sorriso na cara.





sábado, 16 de junho de 2012

O Banho das cachorras

Hoje, na hora da nossa despedida, eu não queria implicar com você. Eu lhe admiro tanto por ser um cara na maior parte do tempo tranquilo, fácil e gostoso de conviver. Mas a sua tranquilidade é tamanha que bate de frente com a minha ansiedade. Eu me irrito com sua mansidão, sua falta de pressa em realizar as coisas do dia a dia, sua despreocupação com o daqui a pouco. Então invento logo uma coisa pra mostrar minha insatisfação. Hoje reclamei da falta de atenção que me dá para ficar na frente do computador. Eu lá, estudando, sem poder lhe dar atenção também... Mas era para você ir dar banho nas cachorras, desde ontem você falava nisso. Mas faltavam menos de  40 minutos para você sair e ainda estava na frente do computador. Elas lá, tadinhas, todas morrinhentas, o sol indo embora, e o banho.... nem sei se elas tomaram banho, pois tomei o rumo da minha casa para ficar remoendo esta situação.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Sonho

Esta noite sonhei que tinha morrido. Mesmo morta, meu corpo e mina mente ainda estavam vivos. Era como se a morte tivesse se anunciado e aos poucos eu fui perdendo minha energia vital. A cada momento eu ficava mais fraca, as pernas não conseguiam mais andar, o pensamento mais lento, e eu lutava para permancer naquele estado morto vivo. Meu único medo era o de começar a sentir o cheiro da decomposição do corpo.

Falei com meus pais, minha mãe inconsolada, eu a acalmava... Falei com outras pessoas, não me lembro, eu estava no trabalho, não sei ao certo. Falei com a Sueli, que é espírita e trabalhou comigo anos atrás, parece que nos encontramos de verdade...

Que sonho maluco...

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Cabana dos Sonhos

E é de você que eu lembro quando falam de amor. É em você que eu penso antes de dormir. É você que eu imagino ao meu lado daqui a décadas. É tudo você. Sempre vai ser você. E isso eu já não posso controlar mais, pois é em você que estou pensando agora.
Cabana dos Sonhos.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Não me olhe assim

Seus olhos são rios de águas profundas
onde posso navegar tranquilamente
Parecem duas luas distantes
de outra galáxia
dois tesouros
duas pedras
cegos



sexta-feira, 4 de maio de 2012

Narcisa Amália - A Sinfonia da Paixão Eterna!...

Republicana, Abolicionista, feminista. Alguns dos adjetivos que podem falar de Narcisa Amália.

Em 25/04/12 foi realizado o sarau sobre a poetisa e jornalista Narcisa Amália, que passou grande parte da sua vida em Resende, cidade que encantou em versos. Através do Arquivo Histórico da FCCMM em Resende, eu, Fátima Porto, Paula Mirela e João Sabóia enveredamos nesta rica e empolgante história, realizando a pesquisa junto com o historiador Claudionor Rosa, selecionando textos, idealizando um vídeo e organizando o sarau.

O plenário da Câmara Municipal de Resende foi o palco para a apresentação do trabalho e a pequena platéia pode participar do desfecho, com a leitura coletiva do Cordel Narcisa Amália. Já o vídeo, obra do amigo e artista plástico João Sabóia e da artista plástica e mais que amiga Fátima Porto. Visitamos a Rua Narcisa Amália e a Travessa Narcisa Amália para filmar, fotografar e falar com os moradores. O resultado ficou carinhoso e poético, uma homenagem necessária da cidade de Resende a esta mulher que quebrou paradigmas e levantou bandeiras ainda necessárias nos dias atuais.

Para coroar o evento, a atriz Paula Mirela caracterizou a própria personagem de Narcisa Amália para receber os convidados.

Eu, que há muito queria voltar a realizar os saraus no projeto Câmara Cultural, me juntei a este grupo e cuidei dos bastidores e preparativos. Também recitei alguns poemas e participei do vídeo. Aprendi muitas palavras antigas e passei a admirar a história desta mulher que conseguiu, mesmo sendo republicana, a admiração e o respeito de Dom Pedro II, o Rei.

Com vocês, ela, Narcisa Amália!

Dirás que é falso. Não. É certo. Desço
Ao fundo d’alma toda vez que hesito...
Cada vez que uma lágrima ou que um grito
Trai-me a angústia - ao sentir que desfaleço...

E toda assombro, toda amor, confesso,
O limiar desse país bendito
Cruzo: - aguardam-me as festas do infinito!
O horror da vida, deslumbrada, esqueço!

É que há dentro vales, céus, alturas,
Que o olhar do mundo não macula, a terna
Lua, flores, queridas criaturas,
E soa em cada moita, em cada gruta,

A sinfonia da paixão eterna!...
- E eis-me de novo forte para a luta.


Veja o vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=RAeOW7NSunM


sexta-feira, 27 de abril de 2012

DEIXA SEU MEDO

olha...
olha bem fundo
mira...
deixa a imagem entrar nas retinas da sua alma
deixa o som penetrar os tímpanos da sua existência
sente...
sente a essência
flua...
deixa o medo e transforma a fera em gato 
deixa a imaginação correr e seja....
seja apenas você.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

A liberdade de expressão virou liberdade de opressão pela imposição de opiniões


É um inferno...

Você está lá na sua rede social preferida e aparece aquele chato com comentários maliciosos, cheios de preconceitos, falsas verdades e dizendo ser legítimo o poder de expressar sua opinião. Não importa se ele foi mal educado, ignorante, inapropriado, estraga prazer e por aí vai. Será que tem sempre um capetinha do lado da pessoa que fica no computador, dizendo:
_Inferniza a vida dessa pessoa, a razão é sua, provoque a discórdia, não deixe as pessoas serem felizes, tire delas o seu potencial de expressão.

Sem sacanagem, eu me sinto reprimida neste ambiente hostil. Cara, uma foto da Janis Joplin de top less no Rio de Janeiro na década de 70 foi o bastante para provocar a fúria de um internauta que não gosta dela. Saiu disparando seu desprazer contra a "inocente" pessoa que apenas compartilhou a foto com uma mensagem de fã. A pobre ficou com a imagem de uma lunática que fala com um morto que não deveria nem ter nascido (na opinião do cara).

Sinceramente, eu prefiro escrever aqui neste blog, que só eu mesma visito de vez em quando, onde leio e releio meus pensamentos, avalio e reavalio meus pensamentos. A opinião dos outros já não está mais me interessando, não desta maneira impositiva, desrespeitosa. Não me interessam intermináveis debates que acabam em ofensas pessoais e nenhum aproveitamento para o conhecimento e mudança de atitude. Não me interessam posições reacionárias, denuncismo, preconceitos contra gays e loiras, perfis fakes, pessoas que vendem felicidade ou se expõem de forma dramática. 

Criou-se um conceito de democracia distorcido. A liberdade de expressão virou liberdade de opressão pela imposição de opiniões. Transformamo-nos em inquisitores moralistas e fanáticos. A sociedade ficou careta, muito politicamente correta. As redes sociais atuam como meios de controle de opiniões de massa. Compartilhamos as idéias dos outros e não criamos nossas próprias idéias. A maioria das pessoas está perdendo sua identidade diante deste avassalador meio de comunicação. 

Não quero demonizar as redes sociais, somente refletir sobre este outro lado um tanto quanto esquecido pelas pessoas na hora em que os dedinhos tocam as teclas e o mouse clica na tela. Aliás, a foto da Janis Joplin é uma raridade! Confira.











terça-feira, 3 de abril de 2012

Brechó

Ando pensando em fazer um brechó virtual com minhas roupas, aquelas que já não me servem mais. Sempre quis ter um brechó, com roupas e acessórios vintage e aquelas roupas de dondocas novas que vão parar nos bazares beneficentes da cidade. Tem cada preciosidade... tudo a R$ 2,00 ou R$ 3,00. Acho incrível. O meu maior receio é investir e não conseguir vender ou então querer comprar tudo... rsrsrsrsrs. Mas vou amadurecer  esta ideia.

segunda-feira, 12 de março de 2012

CALA A BOCA E ME ESCREVA

      Escrever neste momento me parece melhor. Tenho medo das palavras, essas perversas letras que vão juntando-se e revelando demais os pensamentos saídos da boca. Geralmente, na minha intensidade de ser, eu deixo sair tudo aquilo que não cabe mais dentro de mim. É assim que nós cagamos, e assim saem as palavras da minha boca, cagadas.
      Como eu gosto do silêncio. Sou capaz de ficar horas, talvez dias, sem emitir uma única palavra. Isso seria muito bom se pudesse acontecer, mas somos sempre obrigados a falar. Prefiro usar a boca para comer, para cantar, para beijar. Não consigo entender as pessoas que falam sem parar, não devem nem saber o que saem pelas suas bocas, tantas besteiras, tanta conversa sem sentido e sem porquê.
      Escrever é mais sabido, é mais pausado, pode ser apagado, revisado. Escrever requer o uso mais consciente das palavras, exercita o pensamento e a boa linguagem. Ao escrever posso ser mais verdadeira, posso registrar e prolongar o que dito se perderia ao vento.
      Por isso lhe escrevo. Pois a boca já não suporta o peso do que penso, pois assim não sou tomada pelo calor das emoções, pois não tenho seus olhos ouvintes para mergulhar e me perder nas palavras. A escrita é fria como eu  gostaria de ser.
      Escrevo para lhe dizer que sinto muito, de forma tão extrema que não consigo entender, não tenho controle. Sinto muito por ser assim, pedra e fogo, peso e escuridão. Sinto por ter-lhe magoado com minha brutal falta de paciência e de ciência do que posso vir a fazer. Mas é assim. Não se volta atrás do que se faz, apenas se pode refazer a história, repensá-la, perdoá-la.
      Quando existe amor, existe a possibilidade da mudança, pois o desejo de não magoar a pessoa amada convive ao lado do egoísmo e do egocentrismo. Isso balança alguma coisa dentro, mexe com as estruturas e arranha as verdades construídas. O desejo de con-viver, de misturar os odores, os anseios, o desejo da pele, da penetração, o desejo de ser desejada, de ser admirada, de desejar e admirar.
      Tenho medo de te perder nesses momentos de contradição. Tenho-te tão profundamente e ao mesmo tempo deixo-lhe tão livre que sinto que podes voar. Aprendi a amar assim, em liberdade, sem exigir mudanças, sem o peso de cobranças banais. Mas sempre tem um momento em que pesam as asas e que amor esmorece. São momentos passageiros como a vida e como o tempo, súbitos como a morte.
      Minha única certeza é de que tenho-te dentro de mim e lhe respeito inteiramente neste espaço interior, compreendo suas diferenças e crenças e vejo tanta beleza que chego a não acreditar no tanto que a vida veio me presentear.  Eu tenho por você um amor que desconheço igual, que nunca mais existirá.
      Para mim isso basta. Não me importa o que você faz ou não faz, enquanto me respeitar e me tratar com o amor e carinho que lhe são costumeiros, eu também vou lhe amar. Se um dia algum desses ingredientes faltar, tempero com fé pois essa nunca há de me abandonar.
      Não vai conseguir ouvir de mim essas palavras, senão lidas, mas nunca faladas sem roteiro. Não sou muito boa em retórica e sempre que lhe escrever, pode crer que é o momento em que mais preciso que me escute. Meu silêncio vale mais que 1000 palavras.
      Te amo.

quarta-feira, 7 de março de 2012

ELA

Começou a trabalhar cedo, não ganhava nem um salário mínimo. O pai aposentou por invalidez, a família começou a passar apertado. Mesmo assim juntou durante dezenove anos o dinheirinho para comprar um carro usado. Mesmo assim o pai completou o dinheiro que faltava. Fez três faculdades, não aguentava mais andar a pé, ou pagava a passagem de ônibus, ou juntava outro dinheirinho para a mensalidade. É preta, mas não solicitou vaga na cota para o vestibular. Diz que já ouviu muito "Só está fazendo faculdade por causa da cota". Não é porque tem a pele negra que vai ter menos capacidade para as coisas. "Só não consegue quem não quer", diz. Ainda não tem o carro novo, continua juntando o dinheiro, mas sente-se vitoriosa! Não tem vergonha nenhuma em dizer que usou muita roupa dos outros. A conhecida da mãe tinha um filho que regulava a idade e usava as roupas dele, sapato, calça, ela e as irmãs. Não foi por isso que deixou de ser ela. Ninguém morre por causa disso, a família toda fez faculdade, menos um irmão porque não quis. Sua primeira casa foi uma garagem, que arrumou e viveu como uma princesa. Era pequena, só um cômodo, mas ali cabia seus sonhos, seus sentimentos, sua vida. Teve que mudar pois não cabiam as coisas!

Ouvi hoje esta história contada por uma mulher negra, por volta dos seus cinquenta anos, que hoje é Secretária Municipal em uma Prefeitura de um município do interior do Estado do Rio de Janeiro. Sua trajetória de superação, força, alegria, determinação e vontade de viver me emocionou muito e me levou a pensar nos meus próprios desafios, nas minhas limitações e em tudo que eu ainda quero conquistar.

Por isso, dedico o dia de hoje, 08 de março, Dia Internacional da Mulher, a esta mulher simples, bela e guerreira, e espero vê-la em breve no seu carro novo!


Parabéns a todas as mulheres do mundo.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

MINEIRAÇÕES

Sou feita de pão de queijo e
de minhas lembranças de Minas.
Nos meus sonhos,
tropeço em igrejas espalhadas 
em todas as esquinas
Na memória, o gosto do leite
quentinho tirado da vaca.
Meu avô todo dia
preparava o queijo na cozinha
e me ensinava calmamente a
misturar o coalho, tirar o soro,
amassar e esculpir o queijo.
Depois sentava na mesa,
molhava a broa no leite e comia.
Quantas mesas fartas, 
quantas histórias de mulas sem cabeças
quantas soleiras nas calçadas.

O sino da igreja toca
é hora de subir o morro
logo começa a missa
hoje é dia de crisma
hoje é dia de festa na rua
hoje é dia de Folia de Reis!

Sou feita de trilhos de ferro e
de esperança em um dia retornar.
Em meus sonhos,
eu voo sobre as colinas verdes
e o chão sem mar.
Quando eu fui embora
deixei o sotaque da terra
e também uma vida toda.










segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O CAMINHO QUE SE FAZ PELA ÚLTIMA VEZ


O caminho que se faz pela última vez
tem o cheiro dos dias findos
o sabor de limo das lembranças
a hesitação do ainda desconhecido

O caminho que se faz pela última vez
tem o dom de querer voltar
e passar por cada pedra, paisagem
cada janela, cada porta, cadeado

E reter todo o seu calor,  toda sua
serenidade, passo a passo...
Cada verdade do útimo caminhar
ido e findo, sem olhar para trás






Equilíbrio Delicado 2





Relação é um pêndulo
cuja energia ora pende
para um, ora perde
para o outro.