Páginas

sábado, 30 de novembro de 2013

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

ai o amor

Agora, falando sério,
não existe poesia para o amor.

Ele vibra, ele emana,
ele rima, não com dor.

Se eu pensar que não amo
pode ser um engano.

Pois eu te digo, todo dia,
 eu te amo.

mas vai entender o amor?
vai querer viver de amor...
vai chorar
vai sorrir
vai
ai







soltei o verbo
não quero parar
mas escrever é uma coisa que tem vontade própria meu pai
vai saber?
eu ando gingando
e você?

do mais profundo id

queria escrever coisas profundas
que tocam quem lê
mas no meio do caminho
entre eu e a tecla
esqueci o que ia dizer

vida doce fel


a carne aflora
vasta flora
mata adentro
micro fauna
labirinto
que devora


florescer

flor de seda
cor de carmim
quero me enfeitar

vou pintar meu
coração de flores
para lhe esperar

colocarei
flores no cabelo
para impressionar você

pétalas no lençol
perfume de lírio branco
estou pronta


femme

faminta
insana
absurda

abusada
desbocada
fatale


coisas que inspiram

um café quentinho com canela
uma poesia do Leminski
um baseado para fumar

uma bala de hortelã
um cheiro de priprioca
uma dádiva de amor

amanhecer com o sol nos olhos
caminhar na areia da praia
dormir de conchinha!

sofrer de paixão acabada
tomar uma cerveja gelada
assistir um filme emocionante

acender um incenso
deixar os cabelos ao vento
dia de bruma branca

pé na bunda
madrugada
cachoeira

e a própria
inspiração






do amor sem identidade 2


Ele precisou de todos esses anos e não aprendeu a se amar.
Ela demorou o mesmo tempo e não conseguiu perdoar os próprios erros.
Se encontraram então um dia?
Sim.

                           até hoje estão juntos

I SEE DEAD PEOPLE

vejo pessoas  cheias de amarguras
duras rochas que se espatifam no chão
andando feito zumbis pelas ruas
encontro elas em todos os lugares
desde onde eu vim

pessoas secas
presas em arames
lágrimas secas
desespero absurdo
vejo pessoas doentes
sua dor e pesadelo
cantos fétidos
pranto

onde não é alegre nem fácil
onde cantam os vilões
onde a carne sangra
onde ninguém vai
de onde não se volta
onde habita a morte
e o desengano

estou alagada
um peixe fora d'água
que nada nada e morre na praia

não é FRIBOI

vaquinhas pastam
felizes no pasto
não sabem
simplesmente
o que lhes aguarda

um dia vaquinhas brancas
noutro dia vacas malhadas
umas leiteiras, outras... pasmem!

a carne não é FRIBOI


ESPERANÇA


uma esperança surge
com a respiração ofegante
com um soluço bêbado
com uma paixão inebriante

Kátia Kirino