Páginas

terça-feira, 26 de julho de 2011

Tchau Amy...


Minha diva, Amy Winehouse.

Festa das águas!


Balada de Ogum e Yemanjá!
Performance: Orixás Urbanos
Cia. da Ação!
Ponte Velha - Resende/RJ

Da água que vira árvore...


Foto: Marco Netto

Da pedra que vira fogo...


Foto: Márcio Whately

Do fogo que vira água...


Orum-Ayê-Orum - Cia. da Ação!
Performance Experimento Afro-Butoh
Festival de Teatro - 2011
Resende/RJ

Foto: Márcio Whately

Cuidado com suas escolhas

Meu corpo pede calma, não aguenta mais a correria desumana da cidade.

Já houve um tempo em que caminhava pelas ruas e observava as pessoas, a paisagem tão bela, as crianças voltando da escola para casa... Então comecei a buscar o que poderia ser mais promissor para minha vida, mais trabalho, mais dinheiro, um carro, uma casa, roupas novas. Afinal, é preciso ter uma certa segurança material que nos dê estabilidade. Já não sou mais aquela menina jovem que andava de mochila pelas estradas sem grana, sem ter onde ficar, apenas procurando diversão e novas paisagens.

Agora sou uma mulher. Tenho várias responsabilidades. Preciso tratar os dentes, pagar impostos, cumprir agendas e horários. Não tenho mais tempo para devaneios juvenis. A responsabilidade anda comigo e me tira toda chance de...viver...

Já não suporto mais esta pressão de trabalho-trabalho-casa-trabalho-trabalho. Onde foi parar minha inspiração? Onde deixei minhas aventuras? Onde estão as crianças, a paisagem, os passos, a rua?

Grande ilusão esta de que tendo as coisas somos melhores. Para ter, antes é preciso abrir mão de ser. Não que eu tenha me tornado uma pessoa sem conteúdo, sem essência, sem íntimo, sem alma. Não é isso. Mas fica sim, pra trás, uma certa inocência, a capacidade de improvisar o dia a dia, as descobertas das coisas mais simples, o ócio que permite criar, repensar, transcender, mudar.

Eu me orgulho de todas as minhas conquistas! me orgulho da pessoa que sou, essa criatura imperfeita e cheia de coisas. Porém, as maiores conquistas da minha vida não podem ser contabilizadas, às vezes nem podem ser vistas.

Foda-se o querido carro, grande merda de casa. Um monte de lata e de tijolos. Eu queria agora tirar toda minha roupa, tirar a maquiagem, o esmalte, a tinta do cabelo, ficar totalmente nua. Jogar essa merda toda no lixo e sair andando e cantando pelas ruas como uma louca extasiada pela vida! Andando, cantando, olhando as pessoas, nua, louca, a paisagem, ensandecida!

As escolhas são minhas, eu sei. Mas nem sempre podemos escolher aquilo que queremos pois temos que escolher aquilo que precisamos. É a lei da sobrevivência.

Meu corpo precisa de uma boa dose de loucura, pois já estou embriagada de sobriedade.

Meu corpo pede alma, pois não aguenta mais a sua própria materialidade.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Guerras e Paixões

Algo me incendeia
me queima as veias
me corre o corpo.
Algo me dilacera
me corta os pulsos
me alveja os sentidos.

Sinto desejo, sinto paixão,
sinto ternura, sinto tesão.

Sinto uma bomba no peito
sinto que estou enlouquecendo

Algo me bombardeia
me desfaz a razão
me ataca a sensatez
Algo me mata
me sai pela boca
me toca na alma

Sinto calor, sei que morri
e do meu corpo nada resta
senão a última sensação da vida.

Então renasci.