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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

acabou a água, secou a fonte
não tem mais jeito, vida de merda.
nem adianta fazer viagem catarsica
embrenhar no mato, solitário
não tem santo nem reza
comigo não tem meia palavra
não tem não...
miro a linha de chegada
ainda vesga, cega, lerda
sei onde é esse lugar?
dúvidas...

danço-te



danço-te com as mãos em riste
como se lhe ensinasse passos de valsa
e me lembrasse que não sei valsear
então tango, sambo, arrasto as tamancas

danço-te inteiro, íntegro
corpo, dentro, transbordando
como quem dança a última dança
movimentos passionais

danço-te apenas e simplesmente
lenta e moderadamente
lhe envolvo no meu ventre
revolvo-lhe a mente