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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

VENHA COMIGO

Meus olhos têm a claridade da espuma marinha
Têm a transparência de quem diz tudo e nada
Meu espaço se estende sem amparo e com ternura
Ele é infinito como o universo
Ouço um cântico de lamento e celebração
Um canto maldito de uma boca censurada
Meu silêncio é transgressor
E o grito é de vitória e gozo!
Meu ser é recôndito, tanto que sou parte do inverno
Contudo sinto um frio que queima por dentro
Apenas o sol me mantém cálida
Tanto que sou outra parte do verão
A solidão é um delírio moderno?
(Ela tem o som de ondas batendo nas rochas...)
Quantos são os segredos da alma?
Quão grandes são os desafios da vida...
Perdão por essa sucessão de luz e silêncio estridente
Por esta solidão insana, pelo canto submerso em lama
Perdoe-me pela palavra muda, pelo frio sombrio
Essa mudança brusca do tempo
É engano tentar entender o que é este movimento
Dentro e através da escuridão
Apenas vejo uma luz dourada e sinto calma
Não sei, e mesmo assim vou
Viajei muito pra chegar até aqui e parar

Kátia Quirino

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