Páginas

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Embate Violento


O que posso dizer deste
meu corpo estendido na cama
O pernicioso desejo da carne
suplanta toda a razão
Minha pele antes opaca
de um branco cinzento
Agora ruborizada
pelo calor do sexo
A pele vermelha, os lábios inchados
expiram o suor das acrobacias
quase involuntárias
O corpo jogado na cama
mais parece jogado ao lixo
das vulgaridades ditas
Meu desejo agora é perigoso
como um verme devorando a carne
até chegar aos ossos
Como uma esquizofrenia
e seus delírios paralelos
Os julgos são em vão
As palavras são comidas
pela fome dos meus tatos
que passeiam vagarosamente
pelas ancas abertas e exaustas
Um torpor paralisante
me embala numa dança vil
E eu nesta loucura interina
procuro uma nobre explicação
para o tesão que sinto por você.

Nenhum comentário:

Postar um comentário