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domingo, 18 de setembro de 2011

EM BUSCA DE UM TEMA, UM MOTIVO, UM ASSUNTO PARA CRIAR UM ESPETÁCULO

Cia. da Ação! "Na Encruza". Foto: Fátima Porto

Por Calé Miranda


Nosso experimento começou sem pretensão. Éramos 7, na verdade um grupo de 7 performers + um diretor, todos interessados em explorar minhas idéias- até então particulares- sobre as possibilidades de fazer dialogar mitologia afro-brasileira e butoh japonês. Quase sem querer criamos a performance “Orum-Ayê-Orum”, que temos o prazer de seguir apresentando em diferentes lugares. Estes quatro primeiros meses serviram como introdutórios de uma disciplina até então desconhecida pela maioria do grupo. Hoje o grupo conta com onze performers e continuam os pedidos de gente interessada em experimentar o afro-butoh conosco. Quase sempre aceitamos este pedido uma vez que o trabalho é tão pessoal e intenso e o grupo é tão absorvente que o candidato ou desiste na segunda aula ou considera-se no grupo “desde criancinha”.

Partimos agora para uma nova fase: vamos realizar quatro workshops temáticos a fim de descobrir um possível assunto para pesquisa de espetáculo. Pretendemos a cada quatro semanas nos aprofundar num assunto determinado, estudando o tema em nossos corpos e na teoria, recebendo palestrantes e oficineiros, enfim, experimentando ao máximo o embrião de um possível espetáculo afro-butoh.

O primeiro workshop será: “Povo da Rua”. Estudaremos os Exus e seus significados, o caminho, a mensagem, a palavra, a esperteza. Exploraremos o universo de Pombagiras, Malandros, Zés, Ciganas; suas relações com a festa, o prazer, a musica, a ginga. Numa lembrança rápida temos a imagem de samurais e gueixas, sem-teto japoneses, sobreviventes da bomba. Cachaça e saquê, que tipo de drink isto vai dar¿ Não sabemos, mas estamos ávidos para experimentar.

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