Páginas

segunda-feira, 5 de maio de 2014

SEM RAZÃO DE SER

sou inadequada
com minhas botas largas
e uma sinceridade cortante

sou iluminada
com minhas próprias ideias
cadeia de velha corrente

sou amasiada
amante do amigo distante
cadela vadia errante

sou emancipada
dona do nada distante
leoa fingindo balança

nem zoológico
nem zodíaco
cada quadrado no seu arco

cada carinho um encontro
cada palavra consolo
cada prótese hipótese

sou mundana
cuja fulana falada
amaldiçoada profana

sou o que resta da festa
aquela que se diverte
até o final  da noite

sou um açoite
uma coisa qualquer
escondida na luz

vaca franga porca
peixa adicta deixa nexo
inverso da cruz, hipófise

sou o  nada
olhado do tudo
tubo sub mundo

escara

Nenhum comentário:

Postar um comentário