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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

SEJO-ME

a poeira do dia nos sapatos
a fumaça embrenhada no estofado do sofá
e a cabeça a girar em torno do sol
coração palpitante, pulso pulsante
não sei o tanto que vou caminhar
paetê vermelho enfeitando os cabelos
a tela em branco esperando outra cor
o cheiro do sândalo queimando
me leva a pensar no que sou
espelhos pela casa, amplitude
lente modo auto retrato
espelho que me traça destorcida
nada se parece com o que sou
quem se assemelha não se carece
nada que sou é o que sei
todo ser deveria rever-se
o que sou não tem pressa em saber-se
apenas ser, se for este o querer







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